sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Missa do Galo
Missa do galo é o nome dado nos países católicos à missa celebrada depois do jantar da véspera de Natal que começa à meia noite de 24 para 25 de Dezembro. Seu nome consagra a lenda segundo a qual à meia-noite do dia 24 de Dezembro um galo teria cantado, anunciando a vinda do Messias.
Bem, esta será a definição mais acertada da celebração deste acto litúrgico, cujo simbolismo nos toca a todos, consoante a fé de cada um.
Parece que ainda hoje gravo na memória a lição de uma classe, em que falava sobre a missa do galo, ilustrada com a imagem de uma mesa repleta das iguarias natalícias. Para mim, sempre foi essa a missa do galo, em que após a ceia da Consoada, iamos todos à missa, e tradicionalmente, as famílias regressavam a suas casas, onde o Menino Jesus teria deixado os prresentes e depois se compartilhava a Ceia de Natal fraternalmente. Fosse um par de meias ou um lenço das mãos, o significado desse presente tinha a imagem de Jesus em si, e não o fervoroso desembrulhar dos papéis coloridos agora deixados por aquele senhor de barbas brancas. Enfim, outros tempos.
Neste Natal, tentou-se (e conseguiu-se muito bem) recriar a cena do presépio ao vivo, com personagens de carne e osso, que sem qualquer esforço, encarnaram na perfeição o que lhes foi incumbido.

A igreja estava cheia de gente. Conterrâneos que, tal como eu, não quiseram perder a oportunidade de participar neste magnífico acontecimento carregado de tanto significado.

A Sagrada Família lá estava. Não era gruta nem estábulo, nem se sentiram sozinhos. Com o reconforto das palhas e aconchego de tanta companhia, ali por momentos pernoitaram e personificaram um maravilhoso presépio.

Designado por Deus para se casar com Maria, José ali esteve, ocupando o seu lugar sem vacilar.

E nas palhinhas deitado, Jesus, o Filho de Deus, torna-se a figura central desta divina noite.

A igreja estava bonita. Cheia de gente, luz e encanto.

Reis magos contemplativos.

A persignação de um pastor que, com o sinal da cruz, invoca o nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Há tanto tempo que não via um sarrão!

Com a casa cheia, o sacerdote e os seus acólitos espalharam ânimo do altar abaixo.

Chegada a hora do ofertório, todos os presentes recebidos foram consagrados.

"Eis o cordeiro de Deus ( Agnus Dei). Aquele que tira o pecado do mundo." (João, 1:29)

Não se beijou o Menino nesta noite. Que cada um o tenha sentido da maneira que melhor Ele lhe tivesse tocado. A mim tocou-me.

Não consegui resistir ...


5 comentários:

Anónimo disse...

para onde foste com tanta pressa, que nem tempo tiveste para beijar o menino?

Anónimo disse...

para onde foste com tanta pressa, que nem tempo tiveste para beijar o menino?

Anónimo disse...

De salientar a boa vontade e empenho de quem quer.
E que haja quem faz, sem esperar ,em retorno, nada mais senão gratidão.
abraço conterrâneo.

manel zé disse...

ó anónimo

curiosamente, e agora que falas nisso, fiquei sem saber se realmente se beijou o menino ou não.

manel zé disse...

É tudo uma questão de fazer as coisas com gosto, umas vezes melhor conseguidas, outras vezes nem por isso, mas sempre com imensas saudades da terra...

abraço conterrâneo