segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Santa Comba da Vilariça no CONTRABANDO

Das cidades, é o Porto
das vilas, Vila Real
das aldeias, Santa Comba
das quintas, o Carrascal.


"Esta simples quadra, recolhida no cancioneiro transmontano, mais não é do que o verdadeiro reconhecimento de Santa Comba da Vilariça como a aldeia mais próspera do Vale da Vilariça.
Situada na margem direita da ribeira da Vilarilça benificiando de uma localização privilegiada, esta freguesia pertencente ao concelho de Vila Flor desde sempre assumiu um papel de destaque no desenvolvimento e organização da vida das populações locais. Dotada de algumas estruturas essenciais exigidas pela vida quotidiana (embora não tantas como outrora) Santa Comba assume-se como um pólo útil e dinamizador das povoações circunvizinhas.
Assolada pelas diversas vagas de emigração ao longo dos tempos, Santa Comba soube sempre resistir ao infortúnio da desertificação, conseguindo congregar, de forma exemplar, esforços para, teimosamente, saber aproveitar as potencialidades da fertilidade do generoso Vale da Vilariça, continuando assim, a ancestral sabedoria cisterciense no desenvolvimento da cultura da terra.
Nunca descurando a valorização dos seus recursos, quer naturais, quer ambientais, as gentes de Santa Comba numa perspectiva de modernidade e mudança, vão optando por uma agricultura assente numa cultura de mercado, explorando intensivamente vastas áreas de produção agricola, preferencialmente orientadas para a olivicultura, vinicultura, fruticultura e horticultura.
Além disso, outros sectores da economia são também aproveitados pelos empreendedores locais, tornando-se também iniciativas de relevo que contribuem para o crescimento local. De salientar a construção civil, algumas industrias de transformação como a serralharia, a carpintaria, a panificação e ainda a restauração.
Contudo, no nosso entender, talvez falte a Santa Comba e às outras aldeias do Vale da Vilariça, uma visão estratégica de conjunto que lhes permita criar uma identidade comum, orientando a sua produção numa perspectiva que garantisse a certificação de origem e projectasse a qualidade dos produtos da região.
Para terminar, gostariamos ainda de saleintar o riquíssimo património edificado de Santa Comba, o qual merece, sem sombra de dúvidas, uma demorada visita. Falamos dos seus três cruzeiros medievais; da monumental chaminé do solar dos Ochoa; da igreja matriz; do solar setecentista das Senhoras de Sendim e das três capelas de estilo barroco."


in, Contrabando, 28.04.2010 Manuel José Vilares
  • O artigo que agora aqui se apresenta, foi publicado na edição de Junho do Contrabando, revista rayana multilingue. A convite do seu director adjunto Carlos d'Abreu, foi-me proposto o convite para escrever "qualquer coisa" sobre a nossa aldeia, uma vez que um dos propósitos dessa revista é dar a conhecer uma aldeia transmontana em cada edição. Trata-se de um simples artigo de opinião, o qual pretende reflectir algumas impressões e sentimentos sobre algumas realidades da nossa terra. Além deste artigo foi ainda publicado um outro da minha autoria, assim como outros apontamentos escritos pelo próprio Carlos d'Abreu. O outro artigo, de cariz e rigor histórico será também aqui publicado. Foram ainda publicadas fotografias minhas nos jornais, cujas legendas se encontram totalmente descontextualizadas. Devo acrescentar que as legendas não são da minha autoria, mas sim da equipa de maquetagem da revista.Os meus conhecimentos sobre Santa Comba não me permitiriam cometer tais lapsos. No jantar realizado em Agosto, foram distribuídos exemplares da revista por alguns amigos que se mostraram interessados em ler o que se escreveu sobre Santa Comba, e não só, presumo. No entanto, se por curiosidade alguém quiser ler o Contrabando on-line (de fácil "manuseamento"), poderá fazê-lo consultando o seu site em http://www.contrabando.org/.