sábado, 19 de março de 2011

Património histórico

Numa das muitas deambulações que costumo fazer pelas ruas da nossa terra, encontrei este magnífico pormenor. Nunca tinha visto o eixo de uma carroça a servir de padieira a uma porta. Tenho várias fotografias em que as padieiras são traves de madeira, agora com eixo só conheço esta. Curiosamente, se caminharmos com tempo e olharmos com calma, apercebemo-nos que a nossa terra é riquíssima em pequenos pormenores históricos, que nos ajudam a perceber melhor a realidade de outros tempos. E será com tempo, que terei imenso prazer em partilhar com todos, todo o património que fui recolhendo e os pormenores que mais me impressionaram

Lembro-me de ter falado com um conterrâneo, também interessado por coisas da aldeia, sobre este pormenor. E fiquei surpreendido quando me disse que havia muitos mais como este. Não o desmenti, pois eu só conheço este.
E lá continuamos a falar da riqueza do vasto património da nossa aldeia. À medida que íamos diversificando o tema do património, ele ia-me dizendo: "- Quem tem muito coisa sobre isso é fulano ..."; "-Quem sabe muito disso é sicrano ...". E por aí fora.
É óbvio que isso não me surpreendeu de todo. O que mais me surpreende é que não se queira partilhar, objectivo único e primordial deste espaço.
Agora que ultrapassamos as 10.000 visitas, até poderia ser altura de fazer um balanço, uma vez que a própria estatísca do blog permitiria tal coisa. Contudo, julgo que não será necessário, visto que os números falam por si. Se há pessoas interessadas em visitar-nos e se há vontade de partilhar, prossigamos.
Para concluir, e a meu ver, julgo que um património histórico que não é utilizado, é um património votado ao abandono.

domingo, 6 de março de 2011

Tempos idos ...


Há muito, muito tempo, na primeira vez que vi esta fotografia, fiquei logo maravilhado. Além de ter sido uma descoberta, é a única fotografia que tenho dos meus tempos da escola primária. Aliás, para já só ainda a tenho em formato digital, mas espero conseguir retocá-la, revelá-la, emoldurá-la e pendurá-la com muito carinho.

Quem me disse que a tinha foi o Paulo, e salvo erro, fomos de propósito a casa dele para a ver. Depois de lha solicitar por imensas vezes, a sua irmã Lucinda amável e graciosamente teve a boa vontade de ma enviar, ao que lhe agradeci e continuarei a agradecer eternamente.

Por esta altura, já era aluno da D. Camila, com quem fiz a 3ª e 4ª classe, pelo que a fotografia deverá ter 35 ou 36 anos. Contudo, atrever-me-ia a arriscar que terá sido na 4ª classe, pois foi ai que encontrei um colega da foto que teria reprovado esse ano.

É óbvio que ainda me lembro de muitos dos colegas da escola dessas classes, mas não consigo identificá-los a todos na foto. Além da falta de memória, também a qualidade da fotografia não permite tal. Ainda assim, vou atrever-me a dizer o nome de alguma rapaziada. Então:

- fila da direita: Constantino; eu; Mário; Raul; o loiro será um filho do Artur "Calão" e o alto lá no fundo, talvez o Bernardo;

- fila do meio: Paulo; Casimiro; Armando; Chiquinho "Pimenta"; um loiro irmão do outro ... e depois, não conheço mais ninguém;

- fila da esquerda: Chiquinho; Fátima; Casimiro; ... Marito (de colarinhos) e o penúltimo, o Fernando "Pingas";

- mais à esquerda, ainda se podem ver a Fátima "Perpétua", a Alice e dois ciganitos.

Para já, é esta a leitura possível da fotografia, espero vir a saber mais alguns nomes dos quais tenho dúvidas. Se, por ventura, alguém tenha conhecimento da foto ou se conseguir identificar mais alguém, agradeço que o faça.

À distância de todo este tempo, continuo a ter boas recordações dos tempos da minha escola primária. Guardo ainda muito vivas, boas e saudáveis memórias de todas essas vivências. Julgo que são esses os tempos em que somos (ou fomos) verdadeira e genuinamente felizes.

"A memória diminui ... se não for exercitada" Cícero