Procissão em honra de S. Bernardo
Apesar de sempre ter participado na procissão e de já ter levado grande parte das bandeiras e dos andores, já havia uns bons pares de anos que tinha decidido apenas percorrê-la com sentido de peregrinação, seguindo-a em silêncio, tal como deve ser feito qualquer acto com intençao de viagem interior, independentemente de devoção ou promessa. E por falar nisso, confesso que, sempre a fiz sempre cá para o fim, onde, curiosamente, as pessoas não guardam silêncio nenhum, indo todo o percurso a palrar. Mas quanto a isso, cada um deverá ser capaz de saber os motivos das suas intenções.
Curiosamente, este ano, convidaram-me para levar uma bandeira, ao que acedi de imediato sem hesitar, não tanto pela devoção ao santo em si, mas mais pela pessoa que me convidou e também para ver a procissão de outro lugar. De imediato, percebi que não disporia de tanto tempo para fotografar a procissão como desejaria, o que se veio a confirmar, pois a bandeira era pesadíssima e as pausas em que alternava com o meu parceiro, bom jeito deram para descansar e recuperar forças e não tanto para tirar fotografias. Ainda assim, lá houve tempo para fotografar alguma coisa que de interesse aqui possa aparecer.
O interior da nossa bonita igreja, pouco antes de começar a missa, com os andores primorosamente enfeitados. Tirei ainda fotografias individuais a cada um deles, onde se pode constatar que as respectivas mordomas não deixam o trabalho por mãos alheias, empenhando-se afincadamente na sua decoração, deixando-os com uma magnífica apresentação.

As acólitas, enquanto aguardam o começo da missa.

Com os andores a ocupar grande parte do espaço da igreja, as pessoas vão-se aglomerando cá fora, onde se encontram velhos amigos e conhecidos.

Como é habitual, as bandeiras pequenas são as primeiras a sair. De certeza, todos estes rapazes que começam por levar estas mais levezinhas, no futuro, com ou sem devoção, quererão mostrar parte da sua masculinidade e atrever-se-ão a levar as mais pesadas, como ritual de afirmação de passagem à idade adulta.

Não sei se conseguirei imaginar uma procissão sem banda. Há momentos em que nos dá a ideia que é o toque da banda que marca o compasso do andamento da procissão, deixando-nos embalar pela sua cadência.

No largo das Eiras, onde, quando passavamos, éramos olhados em silêncio pelos conjuntos que montavam os seus instrumentos, hoje em dia, já proliferam por ali também alguns tendeiros.

E aqui está a guarda d'honra, aprumada nas suas belas montadas.
Poderá ser considerada uma pequena extravagância, no entanto foi um pormenor que a comissão de festa fez questão de apresentar na procissão e que, no meu entender, confere alguma importância à procissão, tornando-a mais solene.

Por falar em aprumo ...
De seguida, segue-se a entrada dos andores na igreja. Escolhi este ângulo, porque me pareceu o mais adequado para captar a imponência dos nossos andores e o esforço em recolhê-los, fazendo-os regressar à igreja.
A nossa Santa Comba. Pelo que já li, esta santa tem uma história muito interessante que a muitos de nós diz respeito, mas ficará para mais tarde quando a puder apresentar com sólidas argumentações.

O S. Jorge que, talvez merecesse melhor sorte que o isolamento do Lacoeiro.

O mártir S. Sebastião.

O Menino Jesus, o qual, há já uns anos, deu um grande trambolhão, chegando-se a apregoar que o mundo ia acabar.

Nossa Senhora do Rosário

Santo António

S. Lúcio, santo do qual tenho poucas recordações.

Nossa Senhora de Fátima

S. Judas Tadeu

Sagrado Coração de Jesus

Nosso Senhor dos Passos. Aquela que, para mim, é sem sombra de dúvidas, a imagem mais bela da nossa igreja.

Nossa Senhora das Dores. Outra belíssima imagem!

S. Pedro. O nosso santo padroeiro e o primeiro Papa da Igreja.

E ei-lo, altivo e sereno, S. Bernardo, santo da maior devoção das nossas gentes, incluindo eu.

Todos os anos se fala na falta de adesão à inicitiva de levar bandeiras ou andores. Não tenho conhecimento que, algum, alguma vez, tenha ficado na igreja, e isto porque, há gentes na nossa terra que ainda lhes pega com alma.

E o final da procissão consuma-se.

Os peregrinos vão desmobilizando e as colchas nas janelas dizem-nos adeus, até p'ró ano.

A banda de música acaba em grande, destroçando em marcha e a tocar.