♪♪♪ ... toca a banda no coreto ... ♪♪♪
Como se poderá ler no post "(a)pára-raios", já muito se tem falado sobre o desgraçado do coreto (mono ou fungo como outros lhe chamam) quanto à sua discutível estética e funcionalidade. Contudo, o propósito deste post é aqui editar um poema deixado pelo conterrâneo R.N. que, quis fazer das palavras da amiga Patrícia Lino as palavras do coreto:
"Estou frágil. As minhas pernas estremecem
Em tons de controvérsia e as minhas asas
Caem inertes sobre minhas mãos, que parecem
Mortas, de tão traídas e magoadas.
Minha alma grita em tons de misericórdia,
E meus olhos, meio abertos, deleitados
Em lágrimas de rebeldia e discórdia,
Se fecham constantemente, fragilizados.
Meu corpo arrasta-se, fraco e amordaçado,
Pelas insónias de fragilidade que a noite lhe traz.
Isola-se, fraquejando, imune e mortificado
Do prazer que jamais o satisfaz.
Minha boca, selada e constrangida,
Silencia-se em pausas de fraqueza
E, perdida entre volumetrias de desejos,
Afunda-se em singelos sinais de tristeza (...)"
O R.N. acrescenta ainda que se podiam fazer no coreto umas sessões de poesia. E por que não? Pôr lá uns banquinhos em toda a volta, em jeitos de domus municipalis, onde os "homens bons" da aldeia se poderiam sentar em torno de assuntos de interesse. A parte de baixo, transformar-se-ia em cisterna, mas cheia de minis. Abria-se um buraco no meio e tiravam-se com uma cegonha. Digo eu, sei lá!